quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A pintura barroca

O estilo do barroco nas pinturas de Mestre Ataíde, esta evidenciada em diversas pinturas e afrescos nos tetos e laterais de igrejas mineiras. Foi o único pintor mineiro do período a receber destaque. Fiel á temática religiosa, seus santos, anjos e demais personagens tinham como principal característica os inconfundíveis traços mestiços, bem brasileiros. Buscava inspiração na bíblia.
Uma das principais características da pintura barroca que ele utilizava era o efeito de ilusão e movimento, um jogo de luz e sombras que ajuda a amplias os espaços quando feitas em elementos arquitetônicos como tetos, colunas, balcões e escadas. A profundidade dos céus sempre muito azuis e límpidos.

Estilo

O estilo de Ataíde está perfeitamente alinhado com as grandes tendências da Europa, de onde vinham todas as referências visuais e conceituais da arte colonial brasileira. Como se disse antes, essas tendências se aglutinavam no que se convencionou chamar de estilo Barroco, Ataíde se encaixa na definição mais usual do Barroco: um estilo que prima pelo luxo ostensivo na escolha dos materiais, pela opulência das cores, preferindo os fortes contrastes; pelo dinamismo no desenho e na composição; pelo amor à glória, ao exagero, à retórica e ao drama, e pelo utilitarismo, usualmente com uma ou mais finalidades simbólicas e instrutivas embutidas na rica visualidade de todo o Barroco. 



Policromia e cores puras

 

Como seus contemporâneos, Ataíde inspirou-se em estampas e gravuras de missais, mas com imaginação soube enriquecer seus modelos, usando recursos oferecidos pelo Barroco: colunas, frontões, volutas, conchas, vasos e flores.

Ataíde preferiu a policromia e as cores puras. Seu domínio técnico é surpreendente, em relação ao meio em que viveu, e suas pinturas distinguem-se pelo refinamento e pureza das cores. E também pelo espírito inventivo. Às vezes, suas obras lembram remotamente o estilo de Tiepolo.

Consagrado na época, recebeu atestado de professor "das artes da arquitetura e da pintura" em 1821, ano em que requereu a criação de uma escola de belas-artes em Mariana.

Sua última obra conhecida é a "Ceia", do salão nobre do antigo Colégio do Caraça, salva do incêndio que destruiu o local em 1968.